sexta-feira, 22 de maio de 2015

Morre B.B. King, Mestre Do Blues, Aos 89 Anos

Morre B.B. King, Mestre Do Blues


O músico B.B. King, considerado o "rei do blues" e integrante do Hall da Fama do Rock and Roll desde 1987, morreu na madrugada da última sexta-feira (15 de maio) em Las Vegas, nos Estados Unidos, aos 89 anos de idade.

B.B. King e sua banda se apresentam na penitenciária de Norfolk, em Massachussetts, em abril de 1978. Ele começou a fazer shows em prisões dos EUA em 1972. (Foto: Michael S. Gordon/AP/Arquivo)

Nascido com o nome de Riley B. King, em 16 de setembro de 1925, no Mississippi, Estados Unidos, B. B. King teve uma infância muito pobre, ficando órfão ainda criança e tendo que trabalhar como catador de algodão nas plantações de seu estado natal. Começou a tocar violão em esquinas e bares para ganhar algum dinheiro.

Autodidata, ele nunca teve professor convencional, mas teve a sorte de contar durante a adolescência com o apoio protetor de Bukka White, seu primo. Este guitarrista, muito renomado na região, deu as dicas de guitarra ao futuro gênio e o levou a descobrir a grande cidade da música, Memphis, para onde se mudou em 1947.

O futuro B.B. King passou a conviver com Sonny Boy Williamson (Rice Miller), Robert Lockwood Jr, Bobby "Blue" Bland e tocava regularmente na Beale Street, onde mais tarde abriu um clube com seu nome, a "Broadway" da música negra nos Estados Unidos. Sua carreira ganhou novo fôlego em 1949 ao ser contratado como DJ de uma rádio, onde ganhou o apelido que o eternizou, Blues Boy, ou B.B.

Seu primeiro grande sucesso nacional de B.B. King foi “Three O'Clock Blues”, gravado por ele em 1952. A partir daí começou a fazer turnês sem parar. Só no ano de 1956 sua banda chegou a fazer 342 apresentações. B.B. King criou um estilo autêntico de guitarra. Em seus solos, ao contrário de outros guitarristas, o Rei do Blues preferia usar poucas notas. Ele dizia que conseguia fazer uma nota valer por mil.



Lucille
Ele tinha paixão por suas guitarras, e passou a apelida-las com o nome de “Lucille” após quase perder uma delas em um incêndio. Ele conta, que no início de sua carreira, houve uma briga entre dois homens que disputavam uma mulher em um bar. A briga teria começado um incêndio, e B. B. King teve que enfrentar as chamas que tomavam o estabelecimento para salvar seu instrumento. Já a salvo, ele descobriu que o nome da mulher era “Lucille”. E, depois desse episódio suas guitarras passariam a ser carinhosamente chamadas de “Lucille”.

Em outubro de 2014, o guitarrista precisou abandonar um espetáculo em Chicago, diante de um quadro de desidratação e esgotamento, o que provocou a suspensão do restante da turnê, que ainda tinha 8 shows programados. No início de abril deste ano, o guitarrista ficou hospitalizado quatro dias após sofrer uma desidratação por causa da diabetes tipo 2 da qual sofria há mais de 20 anos.

Nas últimas semanas, o artista esteve no centro de um conflito entre uma de suas filhas e seu empresário pela forma como estava sendo atendido. De acordo com o site TMZ, Patty King, filha do músico, considerava que o pai estava recebendo tratamento inadequado e chamou a polícia depois que seu empresário, Laverne Toney, negou-se a interná-lo em um hospital. Ele voltou a ser internado poucos dias antes da morte.
O guitarrista em 21 de abril de 1980, durante a abertura New Orleans Jazz Festival. (Foto: AP/Arquivo)

Mestre
Considerado um dos artistas mais influentes de todos os tempos, seu talento inspirou outros grandes guitarristas, como Stevie Ray Vaughan, Jeff Beck, Jimi Hendrix, George Harrison, Buddy Guy e Eric Clapton. Na lista de 2003 dos 100 maiores guitarristas de todos os tempos, a revista "Rolling Stone" classificou King como nº 3, atrás apenas de Jimi Hendrix e Duane Allman.

B.B. King ganhou 16 prêmios Grammy alo longo da carreira: melhor desempenho vocal masculino de Rhythm & Blues, em 1970, com “The thrill is gone”; melhor gravação étnica ou tradicional, em 1981, com “There must be a better world somewhere”; melhor gravação de blues, em 1983, com “Blues’N jazz”, e, em 1985, com “My guitar sings the blues”. Ao longo da carreira ele gravou mais de 50 discos. Entre sua gravações mais famosas estão “Three O’Clock Blues”, já citada; “Everyday I Have The Blues”, gravada em 1955;



“How Blue Can You Get”, lançada por ele em 1964;



“The Thrill Is Gone”, gravada por B.B. King em 1969;



“When Love Comes To Town”, gravado em 1988, em parceria com o U2;


Nenhum comentário:

Postar um comentário