segunda-feira, 30 de abril de 2018

Caçadores De Obras-Primas - The Monuments Men

Caçadores De Obras-Primas - The Monuments Men

Inicialmente não pretendia publicar o filme a seguir por considerá-lo meio "sem sal". Mas, uma vez que já publiquei alguns filmes ruins antes, considerei que um filme ruim a mais ou a menos não faria diferença. Caçadores De Obras-Primas (The Monuments Men) é uma produção relativamente recente, de 2014, e é classificado como um filme de guerra.  Eu não sei se faz sentido classificá-lo assim. Achei o filme uma tentativa de misturar diversos gêneros, como drama, romance, mistério/policial, etc. Mas, como ele se passa durante a Segunda Guerra Mundial, classificaram-no como filme de guerra. O enredo é baseado no livro The Monuments Men: Allied Heroes, Nazi Thieves and the Greatest Treasure Hunt in History, de Robert M. Edsel e Bret Witter, que por sua vez é baseado em fatos reais. Um aviso: O fato de ser baseado em fatos reais, não significa que o filme seja um documentário. O espectador deve entender que nem tudo que é mostrado no filme é fiel aos fatos.

Com a Segunda Guerra Mundial se aproximando do fim, um grupo de 13 especialistas em arte é recrutado para encontrar obras de arte que foram roubadas pelos nazistas, e que correm o risco de serem destruídas, seja pelos combates, seja pelos nazistas, como retaliação por perderem a guerra. Como esses nazistas eram maus! No elenco estão símbolos sexuais (!?) das mulheres, como é o caso de George Clooney e Matt Damon, além de alguns outros atores mais ou menos famosos (os mais famosos são Bill Murray e John Goodman).

Também tem Cate Blanchett, que aparece na história apenas para preencher a cota feminina. Não sei se vocês sabem, mas existe uma regra da indústria cinematográfica que diz que sempre deve ter uma mulher em cada filme, e o personagem dela tem que ter um affair com algum personagem masculino. Questões mercadológicas, mas que também servem para atender as exigências das feministas de plantão e demais patrulhas ideológicas. Dessa forma a personagem de Cate Blanchett, que nos primeiros momentos do filme parece que terá um papel mais destacado, talvez procurando as obras-primas, ou revelando algum segredo, acaba ficando apenas com a função menor de ser a possuidora de uma lista que obras-primas, e só! Ou seja, esse é o "grande" segredo que ela não quer revelar para ninguém. A princípio... Depois ela parece que vai se envolver com o personagem de Matt Damon. E entrega para ele a lista. Mas também fica apenas nisso pois, pelo que vi, eles não tiveram qualquer affair, ou então o filme foi muito sutil em relação a isso. Não sei se esse personagem feminino aparece no livro, mas da forma como a personagem da Cate Blanchett aparece, a minha impressão é que ela só está no filme para preencher a cota.

Ainda que exista algum suspense e algumas cenas de enfrentamentos, com morte inclusive, não há emoção no filme. Quem conhece um pouco de história (da Segunda Guerra) e de Hollywood, sabe que os mocinhos (os aliados) vão chegar a tempo e resgatar as obras de arte. Um filme com final triste, onde os vilões vão se dar bem raramente são produzidos, pois eles costumam dar mais prejuízo do que aqueles com os mocinhos se dando bem. No final, para tentar dar alguma "emoção" aparece a disputa entre aliados ocidentais e soviéticos para ver quem chega primeiro às obras de arte escondidas. Adivinhem quem chega primeiro?

George Clooney é aquele ator metrossexual, cujos personagens costumam ser meio insonsos. Na verdade a maioria das atuações dele são ruins. Damon, Murray e Goodman são bons atores, mas o personagem de Damon não cresce muito na trama, já que ele foi escalado para tentar fazer um par romântico com Blanchett. Uma vez que o romance deles não se materializa, o personagem dele fica meio apagado na trama. Murray já foi um bom ator, mas ele faz nesse filme a mesma cara de mal humorado que tem feito nos últimos filmes dele, e Goodman parece cansado o filme todo e tentando ser uma espécie de paizão, o que não combina com o personagem. Enfim, o filme não decola. Ainda bem que na época não fui ao cinema ver esse filme, economizei uma grana. 

Dublado em português:

Dublado em Espanhol:

domingo, 29 de abril de 2018

Civilização - Civilisation - XIII - Extra

Heroico Materialismo - The Fallacies Of Hope

A primeira vez que assisti a essa série de documentários, roteirizados e apresentados por Kenneth Clark, foi no final dos anos 80, não me lembro mais se foi em 1987 ou 1988 quando vi um dos capítulos ser exibido na TV Cultura, canal 2, de São Paulo. Lembro que fiquei fascinado. Falava de arte, de religião, costumes, política e principalmente história. Tudo junto em um dos melhores documentários já realizados.

É uma pena que a série Civilização chegue ao fim, mas também é uma pena que a série tenha perdido a "força" nestes dois últimos episódios. Neste episódio, Kenneth Clark deixou de lado a arte para se concentrar mais na história, na ciência e tecnologia (pelo menos foi essa a minha impressão). Entendo que a chamada arte moderna, é ridícula, feita por pessoas sem talento, que na maioria das vezes estão apenas interessadas em "ganhar nome" e vender suas obras de arte por uma boa grana. Também entendo que é mais difícil falar de eventos relativamente recentes, ou que são da nossa época. Mas considero que esse ultimo episódio ficou muito a desejar. Entendo que o episódio tem como intenção transmitir uma mensagem de paz e tolerância, algo que parecia estar em falta na época (na verdade está em falta em todas as época), mas Kenneth Clark poderia ter feito isso, falando um pouco da arte dos séculos XIX e XX. Mas isso não quer dizer que esse episódio seja ruim, apenas não é tão bom quanto os 11 primeiros.

Com legendas em português: Não encontrei a versão dublada e infelizmente essa cópia está com as imagens meio borradas.

Em inglês:

A série Civilização (Civilisation) tem apenas 13 episódios, mas alguns canais do YouTube disponibilizam um depoimento de David Attenborough sobre a produção do programa. Então este fica sendo um extra:

Cosmos - XIII

Quem Pode Salvar A Terra? - Who Speaks The Earth?

Lembro que na década de 1980, a série Cosmos passava quase todo domingo de manhã, na Rede Globo de televisão. Se não me engano além de reprisar a série várias vezes no domingo, houve um período em que a mesma era reprisada de manhã durante os dias de semana. A dublagem original tinha a voz de Reynaldo Gonzaga como narrador e de Sílvio Navas como dublador de Carl Sagan. Posteriormente a série foi exibida no canal TV Escola e tinha como dublador Sérgio Stern.

Se procurarem pela internet, verão uma infinidade de textos elogiando exageradamente, rasgando seda mesmo, para essa série. Particularmente não gostei muito dessa série, já assisti a outros documentários que são mais diretos, e que explicam melhor as questões científicas. Mas isso não quer dizer que eu ache a série ruim. Quero lembrar, aos fãs incondicionais da série Cosmos, que existem muitos "graus" de avaliação que separam o "soberbo" e o "lixo" e definitivamente a série não é uma coisa nem outra.

Acredito que essa série tem muito mais de autopromoção, do que de divulgação científica. Até porquê uma coisa que me incomoda é a forma como a ciência como é tratada, como se fosse uma "nova religião", a reprodução daquela música chata da abertura durante a exibição de alguns episódios até ajuda a dar um clima de crença religiosa.

Nesse episódio, Carl Sagan mostra a obsessão dele, e não só dele, com o apocalipse. Usando como ponto de partida a existência de milhares de armas nucleares nos estoques das superpotências daquela época (Estados Unidos e União Soviética), ele ignora que o maior detentor de armas nucleares era a União Soviética, e que esta era imune aos apelos de pacifistas, cientistas e dos cidadãos em geral, até porque na União Soviética não havia cidadãos, mas sim escravos. Depois ele começa com uma história da carochinha contando a a historinha do "bom colonizador", aquele que respeita os sentimentos e tradições dos povos colonizados... Enfim, é mais da mesma lenga lenga, na qual ele desperdiça 50 minutos de programa e não fala de ciência. Quem gostar do programa, bom divertimento.

Se algum dos vídeos publicados sofrerem algum bloqueio ou forem retirados do ar, irei procurar por substitutos assim que puder.

Em português:

Em inglês:

Em espanhol:

sexta-feira, 27 de abril de 2018

África Extrema - Extreme Africa - V

Etosha: O Grande Lugar Branco

O documentário a seguir é uma produção norte americana de 2015 e tem ao todo seis episódios dirigidos por Rogan Kerry. Como é recente, acredito que esse documentário nunca passou na televisão brasileira. Só encontrei uma cópia, esta em espanhol, que foi exibida na TVE da Espanha. Quem quiser mais informações sobre os seis episódios, pode ver aqui . Espero que essas cópias não saiam do ar, caso saiam, irei procurar outras cópias, caso existam.

Em um canto da Namíbia, dominado pelo calor sufocante e areia escaldante, se encontra uma paisagem desoladora de beleza assombrosa. Embora a maior parte do Parque Nacional Etosha não tenha crescimento, suas margens são pontilhadas por uma série de oásis que atraem rebanhos de criaturas sedentas: antílopes, pássaros exóticos e os maiores elefantes do mundo.

Em espanhol:

quarta-feira, 25 de abril de 2018

Prêmio Pulitzer De Fotografia: Ano 1951

Mais uma fotografia vencedora do Prêmio Pulitzer. Dessa vez, o ganhador do prêmio de fotografia de 1951. Sempre que possível irei contar as histórias por trás de cada fotografia (contexto em que foi tirada, autor da foto, como foi tirada, a repercussão, etc), uma vez que nem sempre poderei ter todas as informações a minha disposição na hora em que postar, pode ser que eu reveja os textos, acrescentando ou corrigindo informações.

Um aviso importante para aqueles que estão acompanhando a série: O prêmio de fotografia de 1946 não teve ganhador. Não sei explicar o motivo.

Prêmio Pulitzer de 1951: Categoria Fotografia

Vencedor: Max Desfor Da Associated Press pela sua cobertura fotográfica da Guerra Da Coréia

Título: “Flight Of Refugees Across Wrecked Bridge In Korea” (“Fuga De Refugiados Através De Uma Ponte Destruída Na Coréia”)

Câmera: Speed Graphic


Lente: Desconhecido


Velocidade E Abertura Do Obturador: Desconhecido


Filme: Desconhecido



Em outubro de 1950, forças chinesas atacaram as tropas das Nações Unidas, que estavam sob comando dos Estados Unidos, que estavam próximas do Rio Yalu, o rio fronteiriço entre a China e a Coréia do Norte. Em dezembro, após serem derrotadas na Batalha do Rio Ch'ongong'on, as tropas norte americanas foram obrigadas a continuar recuando para o sul. Acompanhando os soldados da 101ª Divisão Aerotransportada, que estavam na linha de frente se encontrava o fotógrafo da Associated Press (AP) Max Desfor, que registrou a fuga dos civis através da ponte destruída sobre o Rio Taedong, próximo de Pionguiangue, a capital norte coreana.

Sessenta anos após o início da guerra, Desfor contou sobre aquele dia: Consegui um jipe ​​de alguém e me juntei à retirada. Comigo estavam Tom Lambert da Associated Press e Homer Bigart do New York Times e um paramédico do exército. Atravessamos o rio Taedong em uma ponte flutuante que havia sido construída as pressas pelos engenheiros do exército... [civis] atravessavam o local onde o gelo estava sólido e cobria o rio. Um pouco mais a montante, onde a água ainda estava aberta (sem gelo), eles estavam cruzando em pequenos barcos. A medida que avançávamos para o sul, vi o que havia uma grande estrutura do outro lado do rio, obviamente destruída recentemente por bombas aéreas ... com coreanos fugindo da margem norte do rio Taedong, rastejando... eram como formigas rastejando pelas vigas. Eles carregavam as pequenas posses que tinham em suas cabeças ou amarradas aos ombros, e no lado norte eu vi milhares (deles) em fila esperando para fazer a mesma coisa, esperando para rastejar e se juntar ao resto deles.

Era 4 de dezembro e Desfor teve problemas para tirar a foto com sua câmera devido às temperaturas congelantes. Cair da ponte no rio gelado era provavelmente uma sentença de morte, mas os milhares de refugiados continuavam atravessando a ponte. Anos depois da guerra, Desfor ainda estava impressionado com o "silêncio mortal" da cena. Ele ficou surpreso ao ganhar o Pulitzer: "Eu não tinha a menor ideia de que eu havia sido inscrito ou do que havia no filme quando o enviei (para a ser revelado)".

Comentário sobre a fotografia
Infelizmente não sei dizer onde Desfor estava exatamente quando tirou a foto, mas pelo depoimento, imagino que ele de ter se arriscado muito subindo na estrutura comprometida da ponte. Deve ter sido difícil subir pelas ferragens geladas da ponte, resistido ao ar gelado, e talvez com vento, e utilizado uma Speed Graphic, uma excelente câmera, mas pesada e até meio desajeitada para usar.

Sobre o fotógrafo
Max Desfor (1913 - 2018) nasceu em Nova York, e era filho de imigrantes judeus. Após terminar os estudos, começou a trabalhar na AP como mensageiro. Quando a Segunda Guerra Mundial começou, tentou se alistar na Marinha Americana, mas foi recusado devido a sua idade. Acabou sendo enviado pela AP para cobrir o Teatro de Operações do Pacífico durante a Segunda Guerra Mundial e foi um dos fotógrafos que fotografou a tripulação do Enola Gay quando essa retornou do Bombardeio Atômico de Hiroshima. Ele também registrou a rendição japonesa em 1945.

Após a Segunda Guerra Mundial, ele cobriu a Revolução Nacional da Indonésia, em 1946. e a Guerra da Caxemira na Índia, em 1947. Em 1950 ele retornou aos Estados Unidos, após morar algum tempo com sua família em Roma. Quando a Guerra da Coréia estourou, ele se ofereceu para cobrir a guerra, tirando inúmeras fotos, mas foi a imagem acima que lhe rendeu um Prêmio Pulitzer. Depois e ele se tornou editor supervisor do serviço de fotos da AP. Aposentou-se em 1978.

segunda-feira, 23 de abril de 2018

A Um Passo Da Morte - The Indian Fighter

A Um Passo Da Morte - The Indian Fighter

Estrelado por Kirk Douglas, A Um Passo Da Morte (The Indian Fighter) é um western de 1955 com mais defeitos do que qualidades. Eu nunca havia visto esse filme antes, e a princípio achei que poderia ser uma boa produção cinematográfica. Mas, com poucos minutos de exibição, percebi que a canastrice de Kirk Douglas no filme era maior do que a cara de canastrão que ele faz no cartaz que aparece na wikipédia. Mesmo não sendo um filme de primeira linha, com boas atuações e bom enredo, decidi postar o filme. Serve como um exemplo prático do que não se deve fazer em uma produção cinematográfica.

Em A Um Passo Da Morte, Kirk Douglas interpreta Johnny Hawks, um sujeito que no passado combateu indígenas, por isso que seu codinome (e título original do filme) é o lutador/caçador de índios (indian fighter). Terminada a Guerra Civil Americana, ele voltou para a região do Oregon onde antes vivia, e lutava contra os indígenas da tribo Sioux. E ele já chega "folgando" com todo mundo! Além da postura corporal desafiante, com mãos no cinturão e pose de malandro, ele dá ordens e é irônico com os mesmos índios que antes ele matava, e que queriam vê-lo morto. O curioso é que os índios, além de lhe darem ouvidos, não tomam nenhuma iniciativa para dar um "chega pra lá" nele pela sua impertinência. Como se isso fosse pouco, assim que vê a índia Onahti (Elsa Martinelli), que é a filha do chefe indígena, ele nem disfarça o interesse na moça. Na primeira oportunidade ele vai atrás dela e "cata a mina" à força. E o pior é que o tio dela vê, é o que parece, e nada acontece! Como se isso não bastasse, ele impede os índios de queimarem um homem branco, que matou um índio, chutando a lenha na frente de todos com as mãos no cinturão e falando que ele vai levá-lo. UM VERDADEIRO MACHO ALFA!

E não foi apenas para cima dos indígenas que o personagem Johnny Hawks "botou banca". Não! Até mesmo com o comandante do forte ele foi folgado. E, como dizem os mais jovens, "as mina pira" com isso! Além da índia Onahti, que não resistiu às suas investidas e foi pra cama com ele (apesar ou por causa do beijo forçado), a viúva Susan Rogers (Diana Douglas) passa parte do filme dando umas indiretas bem diretas para ele, com direito a um beijo roubado (nesse caso foi ela quem roubou) e uma "intimada" para ele chegar junto e "comparecer". Por falar nela, a atriz Diana Douglas foi esposa de Kirk Douglas, eles já eram divorciados na época em que o filme foi rodado. Mas o filme também tem momentos de humor, ainda que involuntários. As cenas mais engraçadas acontecem quando algum personagem tem um faniquito, ou entra em pânico, e logo aparece alguém para dar um tabefe na cara dele. Sério! Há pelo menos cinco cenas dessa no filme. Isso sem falar em atores brancos, com rostos claramente de caucasianos, usando maquiagem vermelha para interpretar indígenas, uma coisa bem típica dos filmes dos anos 1940, 1950 e 1960. 

Uma dica: Se vocês exibirem a cópia em inglês e tirarem o som, e sincronizarem a exibição dela com a cópia dublada em português, que está com as imagens ruins, dá para ver o filme com imagens em alta resolução e dublado. 

Dublado em português: (as imagens estão meio borradas)

Em inglês:

Em espanhol:

Em francês:

domingo, 22 de abril de 2018

Civilização - Civilisation - XII

As Falácias Da Esperança - The Fallacies Of Hope

A primeira vez que assisti a essa série de documentários, roteirizados e apresentados por Kenneth Clark, foi no final dos anos 80, não me lembro mais se foi em 1987 ou 1988 quando vi um dos capítulos ser exibido na TV Cultura, canal 2, de São Paulo. Lembro que fiquei fascinado. Falava de arte, de religião, costumes, política e principalmente história. Tudo junto em um dos melhores documentários já realizados.

Neste penúltimo episódio, Kenneth Clark fala do movimento romântico, do qual ainda somos herdeiros, ou pelo menos éramos em 1969, e vítimas das falácias da esperança. O programa começa falando dos poetas e filósofos que ansiavam por liberdade. Será que ansiavam e ainda anseiam mesmo por liberdade? Ou será que era por uma utopia uma ideia fugaz que desse, e dê, às suas vidas algum significado depois que a ideia de imortalidade através da fé cristã havia se desfeito no século XVII? As questões são minhas, olhando pela perspectiva de quem está 50 anos após a produção do programa.

Kenneth Clark lembra que os melhores espíritos da época estavam encantados com a Revolução Francesa, talvez mais do estiveram com a Independência Americana, creio eu. Mas, sempre há um mas, os revolucionários rapidamente deixaram de lado a razão e a criação de uma sociedade mais justa e livre, mas se dedicarem a "apagar" os sinais da antiga civilização europeia, para construírem a nova civilização de onde emergiria o "novo homem". Os resultados foram: a destruição de construções históricas (sagradas ou não), a injustiça (principalmente contra os mais pobres), e a morte de centenas de milhares de pessoas (a maioria adversários políticos, mas não apenas estes) apenas pelo crime de discordarem dos líderes revolucionários. É obvio que o "novo homem" não veio, e não viria, pois este é um sonho utópico, que ainda hoje atrai seguidores e que, nos últimos 230 anos, serviu para justificar toda ordem de crimes que em nada serviram para criar um mundo (pelo menos) melhor.

Não deixa de ser irônico que, após toda a violência e agitação social e política, a revolução resultaria no Império Napoleônico, que apesar de declarar proteger e difundir os ideais que inspiraram os revolucionários de 1789, este nada mais era do que a reedição do Antigo Regime, mas com uma nova roupagem. Beethoven estava certo quando voltou atrás e retirou de sua 3° sinfonia a dedicatória à Napoleão. Não quero me estender mais, apenas basta dizer que passados 230 anos, a Europa, e por extensão o resto do mundo ainda ainda vê na Revolução Francesa, e não na Indepedência Americana, um exemplo. É uma pena! Ainda haverá muito sofrimento até que aprendam.

Com legendas em português: Não encontrei a versão dublada e infelizmente essa cópia está com as imagens meio borradas.

Em inglês:

Cosmos - XII

Enciclopédia Galáctica - Encyclopaedia Galactica

Lembro que na década de 1980, a série Cosmos passava quase todo domingo de manhã, na Rede Globo de televisão. Se não me engano além de reprisar a série várias vezes no domingo, houve um período em que a mesma era reprisada de manhã durante os dias de semana. A dublagem original tinha a voz de Reynaldo Gonzaga como narrador e de Sílvio Navas como dublador de Carl Sagan. Posteriormente a série foi exibida no canal TV Escola e tinha como dublador Sérgio Stern.

Se procurarem pela internet, verão uma infinidade de textos elogiando exageradamente, rasgando seda mesmo, para essa série. Particularmente não gostei muito dessa série, já assisti a outros documentários que são mais diretos, e que explicam melhor as questões científicas. Mas isso não quer dizer que eu ache a série ruim. Quero lembrar, aos fãs incondicionais da série Cosmos, que existem muitos "graus" de avaliação que separam o "soberbo" e o "lixo" e definitivamente a série não é uma coisa nem outra.

Acredito que essa série tem muito mais de autopromoção, do que de divulgação científica. Até porquê uma coisa que me incomoda é a forma como a ciência como é tratada, como se fosse uma "nova religião", a reprodução daquela música chata da abertura durante a exibição de alguns episódios até ajuda a dar um clima de crença religiosa.

Nesse episódio, Carl Sagan fala daquilo que mais gosta, de alienígenas. Ele nunca fez segredo que o interesse dele pela ciência veio de revistas baratas com histórias de alienígenas, civilizações perdidas e outras bobagens do gênero. Então, ele começa o episódio refutando alguns casos de abdução, sem a menor necessidade, além do desejo de falar daquilo que mais gosta. Imediatamente ele pula para a história de Jean-François Champollion. Por quê? Apenas para depois fazer uma analogia entre a descifração dos hieróglifos egípcios com a decifração de mensagens extraterrestres captadas por rádio telescópios. Bom, essa parte vale a pena assistir, pois é descrita a visita que Champollion fez ao Egito, e depois a forma como o mesmo traduziu os hieróglifos a partir da Pedra de Roseta. A continuação, a explicação de como os seres humanos poderiam encontrar sinais de vida extraterrestre já não é interessante. Mas, para quem gostar, pode ser interessante.

Se algum dos vídeos publicados sofrerem algum bloqueio ou forem retirados do ar, irei procurar por substitutos assim que puder.

Em português:

Em inglês:

Em espanhol:

sexta-feira, 20 de abril de 2018

África Extrema - Extreme Africa - IV

As Terras Secas Do Sul

O documentário a seguir é uma produção norte americana de 2015 e tem ao todo seis episódios dirigidos por Rogan Kerry. Como é recente, acredito que esse documentário nunca passou na televisão brasileira. Só encontrei uma cópia, esta em espanhol, que foi exibida na TVE da Espanha. Quem quiser mais informações sobre os seis episódios, pode ver aqui . Espero que essas cópias não saiam do ar, caso saiam, irei procurar outras cópias, caso existam.

Na Namíbia está um dos desertos mais secos do mundo, com regiões que recebem poucos milímetros de chuva por ano. Apesar de sua natureza árida, as terras secas do sul exibem uma desoladora beleza graças, em parte, às enormes dunas de areia, que segundo o documentário seriam as maiores do mundo, e dominam a costa atlântica.

Em espanhol:

segunda-feira, 16 de abril de 2018

Morrendo De Medo - Scared Stiff

Morrendo De Medo - Scared Stiff

O filme a seguir é mais uma comédia de Jerry Lewis mas, dessa vez, da fase em companhia com Dean Martin. Datado de 1953, Morrendo De Medo (Scared Stiff) é um filme em preto e branco, muito divertido. Achei que não conhecia o filme, mas ao chegar ao final da película, no trecho em que aparecem os dois esqueletos com rostos humanos e bonés de taxistas, percebi que já havia assistido ele quando criança. Por falar nisso, os dois "taxistas" são Bob Hope e Bing Crosby. Pelo que me lembro, Morrendo De Medo nunca mais passou na televisão aberta. Talvez seja pelo fato de que a produção é em preto e branco e as emissoras não gostam de exibir esse tipo de filme, que aliás é uma refilmagem de uma outra produção de 1945.

Nesse filme, Dean Martin faz papel de um cantor que pensa que matou um homem e, ao tentar fugir, conhece a bela Mary Carroll (Lizabeth Scott), que herdou um castelo em uma ilha cubana, e que o ajuda na fuga. Jerry Lewis é o amigo de Martin, que o meteu na confusão, e que foge com ele. Não irei contar mais, para não estragar a diversão. Uma curiosidade: O que faz do filme uma obra do interesse dos brasileiros é que esse foi o último filme de Carmem Miranda, por sinal, existem dois números musicais com a "pequena notável" e uma imitação que Jerry Lewis faz dela. Um aviso. O filme em português é dublado, mas no final, a dublagem some por dois minutos, nada que impeça o entendimento da obra.

Dublado em português: (notem a dublagem clássica)

Em inglês:

Em espanhol:

Em francês:

domingo, 15 de abril de 2018

Civilização - Civilisation - XI

O Culto Da Natureza - The Worship Of Nature

A primeira vez que assisti a essa série de documentários, roteirizados e apresentados por Kenneth Clark, foi no final dos anos 80, não me lembro mais se foi em 1987 ou 1988 quando vi um dos capítulos ser exibido na TV Cultura, canal 2, de São Paulo. Lembro que fiquei fascinado. Falava de arte, de religião, costumes, política e principalmente história. Tudo junto em um dos melhores documentários já realizados.

Neste episódio, Kenneth Clark trata daquilo que começou como um modismo, mas que depois se converteu em uma escola de pensamento cujos impactos podem ser sentidos até hoje. Estamos falando do chamado: Culto da Natureza. As origens não são muito claras. Talvez sua origem tenha sido uma das consequências das guerras religiosas, que deixaram um tamanho trauma, com as pessoas se matando em nome do mesmo deus, que a reação acabou sendo de afastamento progressivo da religião, sobretudo entre as classes altas. Talvez tenha sido uma consequência da mudança de postura intelectual motivada pela introdução do questionamento científico. O fato é que aos poucos a religião cristã começou a deixar de ser o foco do pensamento ocidental. Infelizmente, as pessoas não conseguem viver por conta própria, sem crer em algo como um dogma, uma ideologia, uma religião. E naquela época, antes que surgisse o marxismo, o substituto da fé na mente da intelectualidade europeia foi a natureza. O Culto da Natureza.

Como todo o culto, existe pouco de razão e muito de fanatismo entre seus seguidores e "profetas". Um desses profetas, foi Jean-Jacques Rosseau, que ainda hoje causa estragos com o seu mito, porque não dizer mentira, do bom selvagem, aquele que é belo, puro e bom, ainda que nunca tivesse existido algum "selvagem" com essa descrição. Pena que poucas pessoas tenham lido o mordaz e certeiro comentário de Voltaire sobre a obra de Rousseau. Mas Kenneth Clark não se limita apenas a falar do Culto da Natureza, ele apresenta alguns poetas ingleses dos séculos XVII, XVIII e XIX além de avançar um pouco no tempo para falar dos pintores impressionistas. Pena que a série esteja chegando ao seu fim, e com isso perdendo parte de de sua força.

Com legendas em português: Não encontrei a versão dublada e infelizmente essa cópia está com as imagens meio borradas.

Em inglês:

Cosmos - XI

A Persistência Da Memória - The Persistence Of Memory

Lembro que na década de 1980, a série Cosmos passava quase todo domingo de manhã, na Rede Globo de televisão. Se não me engano além de reprisar a série várias vezes no domingo, houve um período em que a mesma era reprisada de manhã durante os dias de semana. A dublagem original tinha a voz de Reynaldo Gonzaga como narrador e de Sílvio Navas como dublador de Carl Sagan. Posteriormente a série foi exibida no canal TV Escola e tinha como dublador Sérgio Stern.

Se procurarem pela internet, verão uma infinidade de textos elogiando exageradamente, rasgando seda mesmo, para essa série. Particularmente não gostei muito dessa série, já assisti a outros documentários que são mais diretos, e que explicam melhor as questões científicas. Mas isso não quer dizer que eu ache a série ruim. Quero lembrar, aos fãs incondicionais da série Cosmos, que existem muitos "graus" de avaliação que separam o "soberbo" e o "lixo" e definitivamente a série não é uma coisa nem outra.

Acredito que essa série tem muito mais de autopromoção, do que de divulgação científica. Até porquê uma coisa que me incomoda é a forma como a ciência como é tratada, como se fosse uma "nova religião", a reprodução daquela música chata da abertura durante a exibição de alguns episódios até ajuda a dar um clima de crença religiosa.

Nesse episódio Carl Sagan prova que pouco sabe sobre biologia. O que é fantástico, pois ele era casado com um bióloga. Será que ela não ensinou para ele biologia? Ou será que ela ensinou, mas o desejo dele de ser prolixo e enfadonho, querendo fingir conhecimento, é maior? Não sei dizer! Apenas sei que, ao invés de ir direto ao assunto, falando ou de informática, mais especificamente de memória computacional, ou ir direto ao assunto falando da forma como a memória surgiu, e é usada em diferentes espécies animais, como cetáceos, ele resolveu misturar assuntos sem se fixar, nem explicar. Para que saibam, nos anos 1970, os cetáceos estavam "na moda". E um dos modismos, além de assistir o seriado Flipper, era tentar decifrar a linguagem de golfinhos e baleias. Passados mais de 40 anos, não decifraram a linguagem desses animais. Na prática, ele apenas aproveitou um tema que estava na moda na época para tornar o tema mais popular, e claro, defender o fim da caça à baleia. Sou contra a caça a baleia. Que fique bem claro! Apenas estou expondo a autopromoção de Sagan, e do seu seriado. Sobre o DNA, ele não guarda informações sobre o conhecimento contido no cérebro de um animal. Ele guarda apenas a informação de como construir o corpo daquele ser vivo, inclusive o cérebro. E é a interação entre os neurônios, que criam aquilo que chamamos de instinto, que é distinto de conhecimento, este último é adquirido ao longo da vida e não é transmitido através do DNA. Na sequência, ele compara o cérebro e o DNA a uma biblioteca, depois a uma cidade, e um computador. O final é bem ao estilo Carl Sagan. Ele fala dos discos de ouro com sons (aleatórios) da Terra e da humanidade, uma iniciativa do próprio Carl Sagan, ou seja, mais autopromoção e termina falando da possibilidade de que talvez existam alienígenas.

Se algum dos vídeos publicados sofrerem algum bloqueio ou forem retirados do ar, irei procurar por substitutos assim que puder.

Em português:

Em inglês:

Em espanhol:

sexta-feira, 13 de abril de 2018

África Extrema - Extreme Africa - III

As Montanhas Simien

O documentário a seguir é uma produção norte americana de 2015 e tem ao todo seis episódios dirigidos por Rogan Kerry. Como é recente, acredito que esse documentário nunca passou na televisão brasileira. Só encontrei uma cópia, esta em espanhol, que foi exibida na TVE da Espanha. Quem quiser mais informações sobre os seis episódios, pode ver aqui . Espero que essas cópias não saiam do ar, caso saiam, irei procurar outras cópias, caso existam.

Conhecidas como "o telhado da África", as Montanhas Simien, na Etiópia, são o lar de algumas das criaturas mais raras do continente africano. Dos penhascos profundos, que dão lugar a uma vegetação luxuriante, aos céus enevoados, o documentários exibe a fauna nativa, e como está adaptada a esse remoto terreno elevado.

Em espanhol:

segunda-feira, 9 de abril de 2018

Quando Um Homem É Homem - Mc Lintock!

Quando Um Homem É Homem - Mc Lintock!

O filme a seguir é outra (mais uma!) película que eu só vim a assistir graças à internet. Até onde me lembro, nunca havia visto ou ouvido falar desse filme estrelado por John Wayne. De fato, ele difere muito dos demais que costumamos associar ao Duke, como John Wayne costumava ser conhecido no meio cinematográfico. Claro que ele já havia estrelado produções de humor, como é o caso de Hatari!, mas quando o assunto é western, normalmente ele aparece empunhando uma arma enfrentando criminosos. Em Quando Um Homem É Homem (Mc Lintock!) ele interpreta o papel de G.W. Mc Lintock, um grande proprietário rural, em alguma região do meio oeste americano. Ele é casado, mas a esposa, mora longe há dois anos e, apesar de brigarem muito, eles ainda se amam. A filha que também mora longe, já que foi estudar fora, passa a ser objeto de disputa entre dois rapazes, um que fez faculdade e um rancheiro, e é este último por quem ela aos poucos se interessa.

Vocês verão que o filme é uma comédia romântica e, pelo que li na wikipédia, é vagamente baseado na peça A Megera Domada, de William Shakespeare. Exceto pelo final, onde o Sr Mc Lintock persegue e bate no traseiro da Sra Mc Lintock, como na peça de Shakespeare, não percebi relação alguma entre esse filme e a peça. Não quero contar muito sobre a história do filme, pois além de entregar o enredo, seria complicado contar todos os meandros da história. Uma curiosidade: Consta que o filme caiu em domínio público pois o estúdio United Artists perdeu a data para renovar seus direitos autorais sobre o filme, mas a trilha sonora não teve o mesmo destino e continua protegida por direitos autorais.

Dublado em português: (notem a dublagem da época)

Em inglês:

Em espanhol:

Em francês:


domingo, 8 de abril de 2018

Civilização - Civilisation - X

O Sorriso Da Razão - The Smile Of Reason

A primeira vez que assisti a essa série de documentários, roteirizados e apresentados por Kenneth Clark, foi no final dos anos 80, não me lembro mais se foi em 1987 ou 1988 quando vi um dos capítulos ser exibido na TV Cultura, canal 2, de São Paulo. Lembro que fiquei fascinado. Falava de arte, de religião, costumes, política e principalmente história. Tudo junto em um dos melhores documentários já realizados.

Neste episódio Kenneth Clark trata de alguns personagens que participaram e deram forma ao Iluminismo. O Iluminismo, também conhecido como Ilustração, ou ainda Século das Luzes, foi um movimento intelectual e filosófico que dominou o século XVIII e tinha sua base em uma série de ideias centradas na razão como a principal fonte de autoridade e legitimidade. Na França, onde o iluminismo ganhou força, os filósofos do movimento preconizavam a liberdade individual, a tolerância religiosa, com a separação da Igreja do Estado, a liberdade, de movimento, e de expressão, e um governo constitucional.

Ainda que o Iluminismo esteja profundamente ligado à França, pois foi neste, e deste, país que surgiram os maiores expoentes desse movimento, foi inspirado na Inglaterra, mais especificamente na tolerância desse país para com as opiniões diversas, o que resultou na liberdade de expressão, de pensamento e de imprensa que muito cedo tornaram-se marcas da sociedade inglesa. Foi para lá que muitos intelectuais europeus se refugiaram das perseguições que sofriam em seus países. E foi nesse ambiente que muitos filósofos encontraram inspiração para suas obras. Entre esses, estava Voltaire, o maior e mais famoso representante do Iluminismo.

Mas Kenneth Clark não fala apenas da filosofia. Ele fala da vida dos senhores de terra ingleses do século XVIII e de suas propriedades rurais, da incipiente democracia britânica, com suas suspeitas e, em muitos casos, comprovadas fraudes eleitorais. Ainda que aquela tenha sido uma época de grande de grande efervescência cultural, de um estilo de vida gracioso e delicado, com a nobreza e a burguesia aproveitando um estilo de vida gracioso, em salões de festas em seus palácios e palacetes, temos ao mesmo tempo uma vida urbana repleta de tipos grosseiros levando uma vida que faria a vida descrita nos dias de hoje pelas letras de Rap e Funk parecer inocente. Não é à toa que o iluminismo e a graciosa vida dos salões do Antigo regime acabaram com a Revolução Francesa de 1789.

Com legendas em português: Não encontrei a versão dublada e infelizmente essa cópia está com as imagens meio borradas.

Em inglês:

Cosmos - X

O Limiar Da Eternidade - The Edge Of Forever

Lembro que na década de 1980, a série Cosmos passava quase todo domingo de manhã, na Rede Globo de televisão. Se não me engano além de reprisar a série várias vezes no domingo, houve um período em que a mesma era reprisada de manhã durante os dias de semana. A dublagem original tinha a voz de Reynaldo Gonzaga como narrador e de Sílvio Navas como dublador de Carl Sagan. Posteriormente a série foi exibida no canal TV Escola e tinha como dublador Sérgio Stern.

Se procurarem pela internet, verão uma infinidade de textos elogiando exageradamente, rasgando seda mesmo, para essa série. Particularmente não gostei muito dessa série, já assisti a outros documentários que são mais diretos, e que explicam melhor as questões científicas. Mas isso não quer dizer que eu ache a série ruim. Quero lembrar, aos fãs incondicionais da série Cosmos, que existem muitos "graus" de avaliação que separam o "soberbo" e o "lixo" e definitivamente a série não é uma coisa nem outra.

Acredito que essa série tem muito mais de autopromoção, do que de divulgação científica. Até porquê uma coisa que me incomoda é a forma como a ciência como é tratada, como se fosse uma "nova religião", a reprodução daquela música chata da abertura durante a exibição de alguns episódios até ajuda a dar um clima de crença religiosa.

Neste episódio, que comparado com outros, é bom, Carl Sagan apresenta diferentes teorias acerca da origem e destino do Universo, desde lendas e crenças à astrofísica. Para isso apresenta noções básicas de físicas, explicando a questão das 3 dimensões e a possível quarta dimensão, bem como o efeito Doppler e sua repercussão para o teoria do universo em expansão, descoberto através das observações esmeradas de Milton L. Humason (1891-1972). Ao finalizar ele perde tempo para fazer uma regressão às explicações cosmológicas do hinduísmo, especialmente a "dança cósmica" do deus Shiva, numa escultura do Império Chola. .

Se algum dos vídeos publicados sofrerem algum bloqueio ou forem retirados do ar, irei procurar por substitutos assim que puder.

Em português:

Em inglês:

Em espanhol:

sexta-feira, 6 de abril de 2018

Africa Extrema- Extreme Africa - II

O Parque Nacional Do Lago Manyara

O documentário a seguir é uma produção norte americana de 2015 e tem ao todo seis episódios dirigidos por Rogan Kerry. Como é recente, acredito que esse documentário nunca passou na televisão brasileira. Só encontrei uma cópia, esta em espanhol, que foi exibida na TVE da Espanha. Quem quiser mais informações sobre os seis episódios, pode ver aqui . Espero que essas cópias não saiam do ar, caso saiam, irei procurar outras cópias, caso existam.

O Parque Nacional do Lago Mayara da Tanzânia possui diversos habitats. Das savanas aos pântanos, a região é uma parte essencial da África Oriental e fornece uma variedade de recursos para diversas espécies de animais que lá vivem.

Em espanhol:

segunda-feira, 2 de abril de 2018

Morituri

Morituri

O filme a seguir é outra película que eu só vim a descobrir graças à internet. Seu nome é Morituri e é baseada em uma novela de mesmo nome publicada pelo alemão Werner Jörg Lüddecke em 1958. Não conheço a obra original, então não posso dizer se o filme é ou não fiel ao livro. O filme, lançado em 1965, tem no elenco três ótimos e famosos atores da época. O primeiro é Trevor Howard, que aparece apenas no início do filme no papel de um agente da inteligência britânica que chantageia o personagem Robert Crain (Marlon Brando) para que esse entre disfarçado em um navio alemão, que vai sair de um porto japonês, carregado de borracha natural. A missão de Crain é descobrir e desativar cargas explosivas a bordo do navio, pois a intenção dos aliados é se apoderar da valiosa carga de borracha. O navio é comandado pelo capitão Mueller (Yul Bynner), um decente alemão que não apoia a guerra e tem alguns problemas com bebida. Não irei dar mais detalhes do enredo para não entregar a trama e o final.

Apesar do filme ser muito bom, sobretudo na parte técnica, como fotografia, o filme foi um fracasso de bilheteria. Talvez a causa tenha sido a trama, um tanto quanto complexa e com um clima pesado, talvez a culpa seja um pouco da atuação de alguns atores, que não convencem muito. Marlon Brando, por exemplo, começa meio devagar e não parece entrar muito no personagem de um agente da SS, ele parecia mais estar interpretando... ele mesmo! Mas depois a atuação dele melhora. Seja qual for o motivo, o fato é que a Twentieth Century Fox tentou relançar o filme com o nome de The Saboteur: Code Name Morituri (O Sabotador: Codinome Morituri) para atrair a audiência, mas a estrtégia não deu certo. Espero que gostem do filme, admito que no começo eu não gostei muito, mas, conforme a trama avançava, eu mudei de ideia e conclui que o filme era muito bom.

Dublado em português: (notem a dublagem clássica)

Em inglês:

Em espanhol:

Em francês:

domingo, 1 de abril de 2018

Civilização - Civilisation - IX

A Procura Da Felicidade - The Pursuit Of Happiness

A primeira vez que assisti a essa série de documentários, roteirizados e apresentados por Kenneth Clark, foi no final dos anos 80, não me lembro mais se foi em 1987 ou 1988 quando vi um dos capítulos ser exibido na TV Cultura, canal 2, de São Paulo. Lembro que fiquei fascinado. Falava de arte, de religião, costumes, política e principalmente história. Tudo junto em um dos melhores documentários já realizados.

Neste episódio Kenneth Clark trata da arte do século XVIII, da arte que conhecemos de forma genérica como Barroco, da música clássica produzida por gênios como Handel, Haydn, Bach e Mozart, com seu fluxo harmonioso e sua complexa simetria, e da sua elaborada arquitetura Rococó. Mas antes, Clark fala um pouco sobre o Classicismo, o estilo arquitetônico que precedeu a arquitetura Barroca e seu Rococó. Ainda que o Classicismo, fosse muito apreciado pois era o "estilo arquitetônico oficial" do regime centralizado francês, e a França era, e seria por muitos anos, quem ditava a moda em todos os estilos artísticos, o Barroco, criado e desenvolvido na Itália, seria quem melhor se adequaria ao estilo e necessidade da nobreza de língua germânica. 

Com legendas em português: Não encontrei a versão dublada e infelizmente essa cópia está com as imagens meio borradas.

Em inglês:

Cosmos - IX

As Vidas Das Estrelas - The Lives Of The Stars

Lembro que na década de 1980, a série Cosmos passava quase todo domingo de manhã, na Rede Globo de televisão. Se não me engano além de reprisar a série várias vezes no domingo, houve um período em que a mesma era reprisada de manhã durante os dias de semana. A dublagem original tinha a voz de Reynaldo Gonzaga como narrador e de Sílvio Navas como dublador de Carl Sagan. Posteriormente a série foi exibida no canal TV Escola e tinha como dublador Sérgio Stern.

Se procurarem pela internet, verão uma infinidade de textos elogiando exageradamente, rasgando seda mesmo, para essa série. Particularmente não gostei muito dessa série, já assisti a outros documentários que são mais diretos, e que explicam melhor as questões científicas. Mas isso não quer dizer que eu ache a série ruim. Quero lembrar, aos fãs incondicionais da série Cosmos, que existem muitos "graus" de avaliação que separam o "soberbo" e o "lixo" e definitivamente a série não é uma coisa nem outra.

Acredito que essa série tem muito mais de autopromoção, do que de divulgação científica. Até porquê uma coisa que me incomoda é a forma como a ciência como é tratada, como se fosse uma "nova religião", a reprodução daquela música chata da abertura durante a exibição de alguns episódios até ajuda a dar um clima de crença religiosa.

Neste episódio Carl Sagan começa falando sobre escalas de dimensões, indo do muito pequeno para o muito grande, isso serve como introdução (dispensável) para falar sobre a estrutura do átomo. Esta, por sua vez, serve de introdução para falar como são formados os átomos mais complexos dentro das estrelas e o provável destino de estrelas como o nosso sol.

Se algum dos vídeos publicados sofrerem algum bloqueio ou forem retirados do ar, irei procurar por substitutos assim que puder.

Em português:

Em inglês:

Em espanhol: