sábado, 9 de maio de 2015

Prêmio Pulitzer De Fotografia: Ano 1948

Dando prosseguimento a série com as fotografias vencedoras do Prêmio Pulitzer, hoje vou escrever sobre o ganhador do prêmio de fotografia de 1948. Sempre que possível irei também contar as histórias por trás de cada fotografia (contexto em que foi tirada, autor da foto, como foi tirada, a repercussão, etc), como nem sempre poderei ter todas as informações a minha disposição na hora em que postar, pode ser que eu reveja os textos, acrescentando ou corrigindo informações.

Um aviso importante para aqueles que estão acompanhando a série: O prêmio de fotografia de 1946 não teve ganhador. Não sei explicar o motivo.

Prêmio Pulitzer de 1948: Categoria Fotografia

Vencedor: Francis "Frank" W. Cushing do periódico Boston Traveler

Título: “Boy Gunman And Hostage” (“Garoto Armado E Refém”)

Câmera: 4X5 Speed Graphic

Lente: 127mm

Velocidade E Abertura Do Obturador: Desconhecido

Filme: Kodak



Em junho de 1947, o fotógrafo Frank Cushing, do Boston Traveler, estava sentado em seu carro, do lado de fora do restaurante Howard Johnson, enquanto esperava para fotografar vítimas de um caso de agressão. A história era tão rotineira que ele sabia que a fotografia poderia até não ser publicada.

Então, Cushing ouvi o alerta de uma ocorrência que vinha do rádio de um carro da polícia estacionado ao seu lado. O alerta informava que ali próximo, um oficial de policia havia sido baleado e um refém havia sido feito. Cushing correu para o local dos fatos.

Minutos antes, dois policiais haviam parado um jovem de 15 anos para interrogá-lo sobre um assalto. De repente, o rapaz, chamado Ed Bancroft, sacou uma pistola e começou a atirar. Ele feriu um policial no braço e fugiu para um beco próximo, onde fez como refém outro garoto de 15 anos, chamado Bill Ronan. Os policiais rapidamente bloquearam as duas pontas do beco para evitar a fuga de Bancroft, mas ele disparou várias vezes contra a polícia e repetidamente ameaçava matar Ronan.

Cushing conseguiu tirar uma foto de longe, mas como ele sabia que ela não sairia boa devido a distância, procurou um novo local para fotografar. Então ele calculou dos fundos de qual casa estavam os rapazes e se dirigiu até a frente do imóvel. Após se identificar pediu ao proprietário para entrar e com a concordância dele, subiu até a varanda dos fundos da residência e muito cuidadosamente tirou a foto dos dois meninos. Mais tarde, Cushing disse que sentiu medo de que o garoto atirasse nele, mas o desejo de tirar a foto falou mais alto.

A área já estava cercada por mais de trinta policiais. Um deles engatinhou por trás da cerca até o local onde Bancroft mantinha seu refém. No momento certo, o policial levantou-se por atrás da cerca e deu uma violenta coronhada em Bancroft, que desmaiou e foi imediatamente preso.

Comentário sobre a fotografia
Fotografia de Cushing foi um feito notável pois situações envolvendo reféns eram raras e costumam terminar rapidamente, e sua fotografia retratou um evento em andamento. Além disso, ele usava uma Speed Graphic, a câmera usualmente usada pela imprensa na época, mas que tinha muitas limitações, como seu grande tamanho e a necessidade de que o motivo a ser fotografado estivesse próximo da câmera, o que geralmente não é possível em uma situação de refém. Engenhosidade e persistência de Cushing valeu a pena e resultou em uma imagem extraordinária.

Sobre o fotógrafo
Frank Cushing nasceu em 1915 e deixou os estudos aos 16 anos de idade para se tornar um mensageiro para o Boston Traveler. Realizou diferentes funções no jornal até decidir se fixar na função de fotógrafo, permanecendo com o Boston Traveler até se aposentar 1968. Durante a Segunda Guerra foi convocado e trabalhou como fotógrafo aéreo. Cushing morreu em 1975.

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