domingo, 11 de fevereiro de 2018

Cosmos - II

Uma Voz Na Sinfonia Cósmica - One Voice In The Cosmic Fugue

Lembro que na década de 1980, a série Cosmos passava quase todo domingo de manhã, na Rede Globo de televisão. Se não me engano além de reprisar a série várias vezes no domingo, houve um período em que a mesma era reprisada de manhã durante os dias de semana. A dublagem original tinha a voz de Reynaldo Gonzaga como narrador e de Sílvio Navas como dublador de Carl Sagan. Posteriormente a série foi exibida no canal TV Escola e tinha como dublador Sérgio Stern.

Se procurarem pela internet, verão uma infinidade de textos elogiando exageradamente, rasgando seda mesmo, para essa série. Particularmente não gostei muito dessa série, já assisti a outros documentários que são mais diretos, e que explicam melhor as questões científicas. Mas isso não quer dizer que eu ache a série ruim. Quero lembrar, aos fãs incondicionais da série Cosmos, que existem muitos "graus" de avaliação que separam o "soberbo" e o "lixo" e definitivamente a série não é uma coisa nem outra.

Acredito que essa série tem muito mais de autopromoção, do que de divulgação científica. Até porquê uma coisa que me incomoda é a forma como a ciência como é tratada, como se fosse uma "nova religião", a reprodução daquela música chata durante o episódio até ajuda a dar um clima de crença religiosa.

Os primeiros doze minutos deste episódio são gastos em uma história, engraçadinha sobre guerreiros samurais e caranguejos para falar da seleção artificial. Teria sido mais interessante se tivesse deixado a prosopopeia de lado e falasse da seleção natural e como a seleção artificial (aquela que é feita pelo homem) reproduz a seleção natural. É curioso, mas apesar da esposa dele ser bióloga (ele já morreu, mas ela ainda está viva), ele não sabe explicar direito como se dá a evolução natural. Mesmo assim, o documentário fica interessante, logo depois quando ele fala de forma bem rasa como, a partir dos oceanos primitivos, moléculas foram se formando até que começaram a fazer cópias de si mesmas, dando origem a vida. Mas... como disse, ele não sabe explicar os processos ligados a evolução.

O resultado é que ele lista uma série de eventos biológicos (surgimento da vida, aparecimento de algas, animais, plantas terrestres, tetrápodes, répteis, mamíferos, etc) sem oferecer uma mínima explicação de como se deram esses fatos. Isso sem falar na insistência em fazer uso daquele "calendário" onde ele compacta a história do planeta. O uso de ilustrações pintadas, ou de imagens geradas por computador (que na época deveriam ser revolucionários) não ajudam em nada a explicar como se deu a evolução. Apenas servem para encher os olhos mesmo e tomar tempo, que poderia ser melhor explorado para falar de evolução. No final do vídeo ele ainda explica com algum sucesso como é feita a síntese de enzimas e como trabalha o DNA.

Antes de passar para o vídeo, quero explicar algumas coisas:

Apesar de muitos traduzirem o título desse episódio como sendo "As Origens Da Vida", esse título não tem qualquer relação com o título original. Outros traduzem o título para "Uma Voz Na Fuga Cósmica", que é uma tradução ao pé da letra e é feio. "Fugue" realmente é fuga, mas em música é um estilo de composição, muito usado na música clássica e na barroca. 

Não encontrei muitos vídeos do segundo episódio no YouTube, na verdade, a maioria dos que encontrei estavam bloqueados para o meu país, ou estavam com o áudio bloqueado. Se os vídeos que eu publiquei sofrerem algum bloqueio ou forem retirados do ar, irei procurar por substitutos assim que puder.

Em português:

Em inglês:

Em espanhol:

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