quarta-feira, 25 de abril de 2018

Prêmio Pulitzer De Fotografia: Ano 1951

Mais uma fotografia vencedora do Prêmio Pulitzer. Dessa vez, o ganhador do prêmio de fotografia de 1951. Sempre que possível irei contar as histórias por trás de cada fotografia (contexto em que foi tirada, autor da foto, como foi tirada, a repercussão, etc), uma vez que nem sempre poderei ter todas as informações a minha disposição na hora em que postar, pode ser que eu reveja os textos, acrescentando ou corrigindo informações.

Um aviso importante para aqueles que estão acompanhando a série: O prêmio de fotografia de 1946 não teve ganhador. Não sei explicar o motivo.

Prêmio Pulitzer de 1951: Categoria Fotografia

Vencedor: Max Desfor Da Associated Press pela sua cobertura fotográfica da Guerra Da Coréia

Título: “Flight Of Refugees Across Wrecked Bridge In Korea” (“Fuga De Refugiados Através De Uma Ponte Destruída Na Coréia”)

Câmera: Speed Graphic


Lente: Desconhecido


Velocidade E Abertura Do Obturador: Desconhecido


Filme: Desconhecido



Em outubro de 1950, forças chinesas atacaram as tropas das Nações Unidas, que estavam sob comando dos Estados Unidos, que estavam próximas do Rio Yalu, o rio fronteiriço entre a China e a Coréia do Norte. Em dezembro, após serem derrotadas na Batalha do Rio Ch'ongong'on, as tropas norte americanas foram obrigadas a continuar recuando para o sul. Acompanhando os soldados da 101ª Divisão Aerotransportada, que estavam na linha de frente se encontrava o fotógrafo da Associated Press (AP) Max Desfor, que registrou a fuga dos civis através da ponte destruída sobre o Rio Taedong, próximo de Pionguiangue, a capital norte coreana.

Sessenta anos após o início da guerra, Desfor contou sobre aquele dia: Consegui um jipe ​​de alguém e me juntei à retirada. Comigo estavam Tom Lambert da Associated Press e Homer Bigart do New York Times e um paramédico do exército. Atravessamos o rio Taedong em uma ponte flutuante que havia sido construída as pressas pelos engenheiros do exército... [civis] atravessavam o local onde o gelo estava sólido e cobria o rio. Um pouco mais a montante, onde a água ainda estava aberta (sem gelo), eles estavam cruzando em pequenos barcos. A medida que avançávamos para o sul, vi o que havia uma grande estrutura do outro lado do rio, obviamente destruída recentemente por bombas aéreas ... com coreanos fugindo da margem norte do rio Taedong, rastejando... eram como formigas rastejando pelas vigas. Eles carregavam as pequenas posses que tinham em suas cabeças ou amarradas aos ombros, e no lado norte eu vi milhares (deles) em fila esperando para fazer a mesma coisa, esperando para rastejar e se juntar ao resto deles.

Era 4 de dezembro e Desfor teve problemas para tirar a foto com sua câmera devido às temperaturas congelantes. Cair da ponte no rio gelado era provavelmente uma sentença de morte, mas os milhares de refugiados continuavam atravessando a ponte. Anos depois da guerra, Desfor ainda estava impressionado com o "silêncio mortal" da cena. Ele ficou surpreso ao ganhar o Pulitzer: "Eu não tinha a menor ideia de que eu havia sido inscrito ou do que havia no filme quando o enviei (para a ser revelado)".

Comentário sobre a fotografia
Infelizmente não sei dizer onde Desfor estava exatamente quando tirou a foto, mas pelo depoimento, imagino que ele de ter se arriscado muito subindo na estrutura comprometida da ponte. Deve ter sido difícil subir pelas ferragens geladas da ponte, resistido ao ar gelado, e talvez com vento, e utilizado uma Speed Graphic, uma excelente câmera, mas pesada e até meio desajeitada para usar.

Sobre o fotógrafo
Max Desfor (1913 - 2018) nasceu em Nova York, e era filho de imigrantes judeus. Após terminar os estudos, começou a trabalhar na AP como mensageiro. Quando a Segunda Guerra Mundial começou, tentou se alistar na Marinha Americana, mas foi recusado devido a sua idade. Acabou sendo enviado pela AP para cobrir o Teatro de Operações do Pacífico durante a Segunda Guerra Mundial e foi um dos fotógrafos que fotografou a tripulação do Enola Gay quando essa retornou do Bombardeio Atômico de Hiroshima. Ele também registrou a rendição japonesa em 1945.

Após a Segunda Guerra Mundial, ele cobriu a Revolução Nacional da Indonésia, em 1946. e a Guerra da Caxemira na Índia, em 1947. Em 1950 ele retornou aos Estados Unidos, após morar algum tempo com sua família em Roma. Quando a Guerra da Coréia estourou, ele se ofereceu para cobrir a guerra, tirando inúmeras fotos, mas foi a imagem acima que lhe rendeu um Prêmio Pulitzer. Depois e ele se tornou editor supervisor do serviço de fotos da AP. Aposentou-se em 1978.

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