domingo, 8 de junho de 2014

Copa Do Mundo 2014 - I

A partir de hoje, irei publicar postagens relacionadas a Copa do Mundo deste ano.  Não irei deixar de postar sobre os temas tradicionais do blog, mas, como a Copa do Mundo de Futebol é de quatro em quatro anos, achei que valia a pena fugir um pouco do habitual.

O texto abaixo, é de autoria de Ricardo Setti e foi publicada em seu blog no dia 02/06/2014, depois de alguns dias de ausência. Escolhi esse texto, pois acredito que o Ronaldo "Fenômeno" não disse nada de errado. Ele apenas disse aquilo que todos nós brasileiros já sabemos. O governo teve sete anos para preparar o país para receber a Copa do mundo. Mais do que isso... O governo, junto com a CBF, prometeu que a Copa no Brasil teria pouco gasto de dinheiro público, e muitas obras seriam feitas para melhorar a vida da população. O resultado foi o descumprimento dessas e de outras promessas, deixando uma forte insatisfação popular.

A fala do Ronaldo, sobre "baixar o cacete" nos vândalos, foi forte, afinal não se deve fazer o uso da violência de forma gratuíta. Mas se deve lembrar que ele não fez a defesa da violência pela violência, e sim a repressão aos baderneiros que depredam a cidade, nesse sentido, a fala dele não tem nada demais. Os vândalos não estão interessados em protestar por melhorias nas condições de vida da população. Eles querem é depredar e usam a desculpa de que estão "protestando" para tentar disfarçar as suas reais intenções: espalhar a violência.


COPA 2014: Patrulham Ronaldo por sentir "vergonha" da bagunça das obras e por defender "baixar o cacete" em vândalos e baderneiros. Mas ele tem razão!

Legenda e foto do post original: Ronaldo Fenômeno: “Se a CBF for o que de melhor temos, estamos mortos. (…) A culpa não é minha se o Brasil não tem hospital decente” (Foto: Jorge Araujo/Folhapress)

Por Ricardo Setti
Fiquei uns dias fora e deixei de comentar muita coisa que aconteceu nos últimos dias.

Mas não quero deixar passar a patrulha que se exerceu e ainda se vem exercendo sobre Ronaldo Fenômeno por causa de declarações feitas à Folha de S. Paulo, durante sabatina divulgada na sexta, dia 30, inclusive ou sobretudo por sua defesa de que nos vândalos, em manifestações como as que têm ocorrido contra a Copa do Mundo, “tem que baixar o cacete mesmo”.

O que Ronaldo vem levando de pancada não é brincadeira. Colunistas de jornais, blogueiros, blogueiros chapa-branca, remunerados pelo lulopetismo, gente de todo tipo nas redes sociais…

E, no entanto, o que é que o maior artilheiro da história das Copas do Mundo disse de tão errado? A questão de “baixar o cacete nos vândalos”? Esta frase, tomada isoladamente, pretende transformar Ronaldo num troglodita. Mas vamos transcrever a íntegra do que ele disse:

“A partir do momento em que há vândalos no meio disso, mascarados… A segurança pública tem de conter esses vândalos. Parece que as pessoas acordaram [para os problemas do país], mas acordou todo mundo junto. Ninguém sabe como faszer ou por onde ir. A população tem de protestar sem violência. Nos vândalos, mascarados, tem de baixar o cacete mesmo.”

Vejam bem: “a segurança pública tem de conter esses vândalos”. Ronaldo não defende linchamentos: defende o cumprimento da lei?

O que é que os críticos mal-intencionados queriam? Que Ronaldo defendesse que, após badernaço, queima de veículos, depredação de lojas, destruição de peças do patrimônio público e arremesso de coquetéis molotov contra a Polícia Militar, os vândalos fossem convidados pelo ministro Gilbertinho Carvalho — o “grande interlocutor” do governo Dilma com os “movimentos sociais” — e recebidos com tapete vermelho e tapinhas nas costas no Palácio do Planalto?

Pois Ronaldo tem razão! Brasileiros de bem querem que a Polícia Militar baixe mesmo o sarrafo nos arruaceiros violentos! E que sejam presos e levados à Justiça!

Ronaldo não criticou a Seleção. Mas ironizou o coordenador técnico Carlos Alberto Parreira, autor da monumental bobagem — e um ato de puxa-saquismo estranho para alguém dotado de altivez, como o técnico do tetra — segundo o qual a CBF, sim, a CBF presidida pelo decrépito José Maria Marin, que sucedeu ao enroladíssimo Ricardo Teixeira, é “o Brasil que dá certo”.

Disse o Fenômeno: “Se a CBF for o que de melhor nós temos, estamos mortos”. Está errado Ronaldo? Qual declaração vocês acham mais correta — a de Parreira ou a de Ronaldo?

Enfim, sobrou muito para o ex-craque quando, mesmo sendo membro do Comitê Organizador da Copa, fez a seguinte declaração para explicar porque afirmara, anteriormente, sentir “vergonha” pela organização do torneio:

“A minha vergonha é pela população que esperava grande legado. Reformas de aeroporto, obras de mobilidade urbana… Os estádios estão aí. Bem ou mal, estarão prontos. [Mas] Apenas 30% do que foi prometido [de obras de infra-estrutura] será entregue. Esta é a minha vergonha”.

O que é que ele disse de errado? Pois não é disso mesmo que milhões de brasileiros estão se queixando? E se Ronaldo faz essas afirmações como integrante do Comitê Organizador — que nada tem a ver com as obras –, melhor ainda, pois fala com mais autoridade, a autoridade de quem viu as coisas de perto.

Ronaldo mesmo desabafou, a uma certa altura do depoimento, dizendo que “faz dois anos que eu venho levando porrada”.

E arrematou: “Eu não mereço. O meu dinheiro ganhei de forma limpa. Não tenho empreiteira. Não peço favor a nenhum político. A culpa não é minha se o Brasil não tem hospital decente”.

Ronaldo, sabemos todos, não é um santo. Mas a verdade é que, nesse depoimento, ele só disse verdades.

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