quarta-feira, 7 de maio de 2014

Dancing In The Street - II

Dancing In The Street

Escrita por Marvin Gaye, Ivy Hunter e William “Mickey” Stevenson, compositores da lendária gravadora Motown, em 1964, “Dancing In The Street” (Dançando Na Rua) tornou-se um dos maiores sucessos da década de 1960.

Composição
William “Mickey” Stevenson teve a ideia inicial para a canção durante um passeio, com seu amigo Marvin Gaye, pelas ruas de Detroit, em um quente dia de verão. Ele viu alguns jovens brincando sob o jato de água de um hidrante aberto e, a partir da impressão de que os garotos estavam dançando, escreveu o rascunho da letra da música. A ideia inicial era compor uma balada, mas quando Gaye leu o rascunho concluiu que a canção soava muito mais dançante. A dupla reescreveu a canção e ofereceu-a para a cantora Kim Weston, que não se interessou em gravá-la. A seguir a canção foi apresentada para a cantora Martha Reeves, que pediu modificações na canção (segundo algumas fontes por considerá-la repetitiva).

Com a contribuição de (George) Ivy Hunter, um compositor recém-contratado pela Motown, uma nova versão foi criada. Segundo consta, Hunter achava que a música precisava de uma batida mais forte e bem marcada, então ele teve a ideia de bater com um pé de cabra em um pneu para conseguir o efeito sonoro que precisava.

Martha And The Vandellas
Martha Reeves era cantora profissional e tinha ido para Detroit atrás de um contrato com alguma gravadora da cidade. Enquanto não conseguia uma audição, ela trabalhava como secretária na Motown, e frequentemente gravava fitas demo com as novas composições (para serem depois ouvidas pelos cantores da casa). Sua voz impressionou os executivos da Motown e assim obteve um contrato com a gravadora em 1962. Ela convenceu-os a também contratar suas antigas colegas de banda, Annette Sterling e Rosalind Ashford, e registrá-las como um trio, com o nome de Martha And The Vandellas.

O trio já tinha obtido grande sucesso com algumas canções, como é o caso do single “Heat Wave”, quando entraram em estúdio para gravarem “Dancing In The Street”, em agosto de 1964. O single chegou na segunda posição na parada de sucessos americana e a posição numero 28 na parada britânica do mesmo ano. Em 1969 o single foi relançado no Reino Unido e obteve a posição numero 4 na parada de sucessos daquele pais.


Embora tenha sido composta sem qualquer mensagem oculta (era apenas uma dançante música de festa), em pouco tempo, criou-se uma controvérsia política em torno dela. “Dancing In The Street” começou a ser executada pelos organizadores das passeatas em favor dos direitos civis para atrair participantes. Por conta disso, algumas estações de rádio tocavam a música para apoiar e organizar manifestações, enquanto que outras rádios retiraram a canção de sua grade musical. 

Sobre o assunto, Martha Reeves declarou, em diversas ocasiões, que “Dancing In The Street” era uma música de festa. Por sinal ela manifestava certo desconforto quando percebia que tentavam transformá-la em uma líder politica. Berry Gordy, fundador e presidente da gravadora Motown, tinha como objetivo produzir canções voltadas para o publico em geral e fez o máximo para impedir que “Dancing In The Street”, bem como todas as demais canções do seu selo fonográfico, fossem tomadas como canções de protesto.

Outras versões
Entre as versões e covers de “Dancing In The Street”, feitas ao longo dos anos, vale a pena citar:

The Kinks, lançada no disco Kinda Kinks, de 1965


A versão, quase um cover, do grupo The Mamas And The Papas é a melhor de todas (segundo minha opinião, pelo menos). Foi lançada em 1966 como single, tendo no lado B a canção “Words Of Love”, e depois, no mesmo ano, no LP The Mamas & The Papas. A canção foi gravada em um momento conturbado da banda. A vocalista Michelle Phillips havia sido demitida e depois recontratada, nesse meio tempo, outra cantora foi contratada para gravar algumas músicas que foram usados no álbum. Por causa disso, não sei dizer se os vocais femininos da canção foram gravados apenas pela cantora “Mama” Cass Eliot. Abaixo, a apresentação deles no Festival Pop de Monterey, em 1967.


Black Oak Arkansas, no seu álbum Street Party, de 1974.


Van Halen, no LP Diver Down, de 1981


Versão para o Live Aid
Por fim, a versão de Mick Jagger e David Bowie, em 1985. O dueto fazia parte da campanha para arrecadas fundos para combater a fome na Africa, o Live Aid. A ideia original era fazer cada cantor se apresentar em um estádio localizado de cada lado do Oceano Atlantico e, com a ajuda de um sinal de satélite, fariam o dueto, que seria exibido em telões instalados em ambos os estádios, mas por problemas técnicos não foi possível realizar o projeto. Então, Jagger e Bowie se reuniram de junho de 1985 para gravar em um estúdio a canção e, na sequencia. gravarem um vídeo clip, concluindo todo o trabalho em apenas de treze horas. O vídeo foi exibido duas vezes no Live Aid, e os lucros advindos da venda do single foram direcionados para a caridade. 

Os cantores fizeram diversas modificações e acréscimos na letra original. Durante a canção eles fazem menção a diversos países, com o objetivo de fazer da caridade e a ajuda aos mais necessitados um objetivo mundial. Essa versão chegou ao topo da parada de sucesso do Reino Unido e alcançou a posição numero 7 na parada americana.


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