quarta-feira, 28 de maio de 2014

Prêmio Pulitzer De Fotografia: Ano 1942

Como os leitores do meu blog já perceberam, além de música, também gosto de fotografia. Já postei fotos tiradas por mim e também por fotógrafos profissionais. A partir de hoje, irei postar um nova série de fotográfica. Dessa vez, serão as fotografias vencedoras do Prêmio Pulitzer, o mais importante prêmio jornalístico dos Estados Unidos.

Irei postar cada uma das fotos vencedoras aos poucos, sem uma periodicidade definida, mas pela ordem. Sempre que possível irei também contar as histórias por trás de cada fotografia (contexto em que foi tirada, autor da foto, como foi tirada, a repercussão, etc), como nem sempre poderei ter todas as informações a minha disposição na hora em que postar, pode ser que eu reveja os textos, acrescentando ou corrigindo informações.

Prêmio Pulitzer de 1942: Categoria Fotografia

Vencedor: Milton E. Brooks, do periódico Detroit News

Título: "Ford Strikers Riot" ("Tumulto entre grevistas da Ford")

Câmera: 4X5 Speed Graphic

Lente: Desconhecido

Velocidade E Abertura Do Obturador: Desconhecido

Filme: Kodak

A fotografia original é um pouco maior, mas esta é a única imagem bem nítida que encontrei na internet.

A Ford Motor Company foi a última montadora norte americana a permitir que seus funcionários se sindicalizassem. Em abril de 1941, o chefe da segurança da empresa, Harry Bennett, supostamente deu ordens para abrir fogo contra sindicalistas que faziam piquete na porta da montadora. Alguns autores sugerem que a greve seria na verdade um movimento planejado por comunistas, que tinham infiltrado grande número de trabalhadores ligados ao partido dentro da Ford. A montadora pagava salários mais altos do que os suas concorrentes, contratava empregados negros sem fazer quaisquer discriminação e foi inovadora em conceder compensações monetárias em caso de aumento de produtividade.

Os empregados negros, que apreciavam a igualdade de oportunidades dentro da empresa, e outros funcionários que permaneciam leais a Ford mantiveram-se no interior da montadora, enquanto que do lado de fora ocorriam batalhas campais com tacos de beisebol. Apesar das demandas sindicais, a greve adquiriu ares de conflito racial. Muitos empregados brancos não gostavam de ver negros ganhando o mesmo que eles, nem gostaram de saber que estes não apoiavam a greve. Quando os trabalhadores chegavam para a mudança de turno, encontravam as entradas bloqueadas. Os poucos que insistiam em entrar eram cercados e espancados. Um bloqueio com automóveis virados foi erguido, e instalações da montadora foram sabotadas e danificadas.

Dez dias depois, Henry Ford capitulou, a pedido de sua esposa Clara Ford, e fez concessões para as demandas sindicais. Ele concordou que a Ford Motor Co. seria uma "empresa fechada", ou seja, todos os funcionários teriam de ser sindicalizados, e que permitiria a contribuição sindical, dinheiro que seria deduzido da folha de pagamento e enviado diretamente para o governo.

Na fotografia tirada por Milton Brooks, aparecem diversos piqueteiros dando socos, e batendo com um bastão de beisebol, em um fura-greve, que está tentando proteger-se cobrindo a cabeça. Sobre a fotografia, Brooks comentou: "Eu tirei a foto rapidamente, escondi a câmera debaixo do meu casaco e sumi no meio da multidão. Muita gente teria gostado de destruir essa imagem. "

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